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Crianças que participam do Nepso apresentam suas pesquisas em Rio Bonito
autor: Target Assessoria de Comunicação/CEDAPS. - 13/12/2013

No dia 4 de dezembro, os jovens pesquisadores da rede municipal de educação de Rio Bonito fizeram a apresentação dos trabalhos sobre os quais se debruçaram ao longo do ano dentro das atividades do projeto Nossa Escola Pesquisa Sua Opinião (Nepso). Crianças de 6, 10, 13 anos se colocaram em frente a gráficos elaborados de próprio punho para explicar temas escolhidos em sala de aula.

O evento aconteceu no Espaço Cicarelli, a partir das 13h, e contou com a participação da assistente da coordenação nacional do Nepso pela ong Ação Educativa, Leila Andrade; Kátia Edmundo (diretora executiva do CEDAPS), Kiki Alvim e Debora Teixeira (coordenadoras Nepso dentro do CEDAPS); além dos professores e coordenadores pedagógicos das escolas. Marcelo Benevides, chefe de gabinete da Prefeitura, esteve presente em nome da prefeita Solange Almeida.

Mas, se as autoridades possibilitaram a implementação do programa, ontem eles também fizeram parte do público. E as crianças brilharam. Entre atividades lúdicas como um desfile de moda e uma ciranda na saia de chita de uma professora, elas apresentaram os resultados que obtiveram depois de passar por todas as etapas de uma pesquisa: qualificação de temas, hipóteses, questionário, entrevista, tabulação de dados e geração de gráficos. “É um contato com pesquisa que muita gente vai ter somente na pós-graduação”, explica Kátia Edmundo.

A primeira turma a se apresentar foi a do 1° ano da Escola Municipal Serra do Sambê, que falou sobre doação de sangue. Eles trouxeram à tona um tema importante e pouco debatido. Descobriram que, apesar de 15 dos 21 entrevistados conhecerem alguém que já precisou de sangue, apenas três já haviam doado. A maioria das mulheres nunca o fez por medo. Os homens, por falta de tempo.

Depois foi a vez do bullying entrar em cena, mas por pouco tempo. “Já pratiquei e já sofri. Todos sempre colocavam apelido em mim, e eu não gostava. Aos meus amigos a quem fiz algo parecido, peço mil desculpas”, foram as palavras de Gabriel, 10. E assim, os mais extrovertidos comentaram sobre casos que viveram. Descobrimos também que, por mais que o bullying seja mais comum nas escolas, ele também acontece em casa, às vezes partindo dos próprios pais.

O 5° ano, por sua vez, escolheu falar sobre sexualidade, seguindo o questionamento: “a partir de quando deve começar a educação sexual da criança?”. Eles perceberam que, quanto mais velhos os entrevistados, menos abertos são para abordar o assunto com naturalidade. Quanto aos mais novos, era mais comum eles defenderem a conversa sobre sexo com adolescentes e pré-adolescentes.

O 4° ano da Escola Municipal Maria Ferreira trouxe como tema a música e investigou se o funk estaria ligado à sexualidade. Enquanto os mais velhos (acima de 41 anos) alegaram não saber, os mais novos – especialmente na faixa 10-20 anos, independente de sexo, foram maioria ao dizer “sim”.

Outra apresentação trouxe a matemática, a disciplina mais detestada, para perto de todos a partir da investigação “por que temos que estudar matemática?”. No fim, quase todos os entrevistados assumiram que a matemática tinha a ver com as outras matérias, e os alunos perceberam que a matemática está mesmo em todo lugar.

Para encerrar, os alunos da Escola Municipal Felipe Magalhães abordaram a moda. Para quase todos os entrevistados (40 de um total de 44), as mulheres se preocupam mais em andar na moda. Dentre as diferentes faixas etárias, os adolescentes foram apontados como os “que mais seguem a moda”. O principal motivo para a escolha da roupa de acordo com as tendências, segundo os participantes, é “se sentir melhor”. Finalizaram com chave de ouro: com um desfile de chapéus.

De acordo com a professora e coordenadora de eventos da Secretaria Municipal de Educação, Viviane Spindula, esse é um processo enriquecedor para professores e estudantes. “Nós, junto com os alunos, aprendemos a ser verdadeiros pesquisadores. Quando escolhem o que estudar, eles mudam o comportamento, o aprendizado, mostram mais vontade e engajamento. Tudo flui espontaneamente”.

O trabalho é visto de perto pelo CEDAPS, que acompanha todo o processo. As responsáveis pelo projeto, Débora e Kiki, se reúnem com os pedagogos uma vez por mês, e mantêm o contato através de uma rede virtual. Depois da formação inicial promovida pela ong Ação Educativa, o CEDAPS assume tirando dúvidas, resgatando o que foi passado na primeira capacitação, contribuindo com a metodologia do trabalho.

“É muito gostoso perceber como eles crescem. Isso é muito importante dentro do que o Nepso se propõe a fazer: colocar o aluno como agente ativo no processo de aprendizado”, defende Kiki.
Segundo Débora, as atividades também focam na formação do professor. “Viemos de uma escola tradicional, conteudista. Trabalhar com um tema novo pode gerar um desiquilíbrio inicial, mas posteriormente ele pode ver que também é produtor de conhecimento”.

Leila Andrade, da coordenação nacional do Nepso, conta que tem viajado pelo país para participar de momentos como esse. “Percebemos que as crianças estão aprendendo cada vez mais e isso tem nos surpreendido, até porque as escolas participantes estão inseridas em contextos socioeconômicos diversos. Mas independente do cenário, percebemos que as crianças estão muito envolvidas, o que é exatamente a nossa proposta”.
 

 
 

 

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