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Intercâmbio de vivências
autor: Ana Beatriz Pinto - 20/01/2014

No ano letivo de 2012/2013, um grupo de alunos da Escola Básica e Secundária de Pinheiro, em Penafiel - Portugal, resolveu participar do projeto Nepso (Nossa Escola Pesquisa Sua Opinião), desenvolvido pela Fundação Vox Populi. Na nossa participação, desenvolvemos um projeto de investigação estatística intitulado “Um Olhar Sobre a Escola – inSucesso – Sucesso e Insucesso Escolar”, no qual avaliámos a opinião de uma amostra selecionada de alunos e encarregados de educação da nossa escola, relativamente a tópicos relacionados com esta temática.

Após um trabalho árduo, resultado da preparação e aplicação de inquéritos, análise de resultados e elaboração de uma apresentação, um relatório e folhetos informativos, a nossa equipa dirigiu-se a Lisboa, onde apresentamos publicamente o nosso projeto ao restante participantes do projeto, e onde fomos selecionados como o melhor trabalho.

Consequência dessa eleição, um dos prêmios consistiu numa viagem ao Brasil por parte de um dos alunos envolvidos no projeto e de um professor responsável. A aluna escolhida, por unanimidade, fui eu, Ana Beatriz Pinto, e, como infelizmente ambos os professores responsáveis, a professora Mónica Pais e o professor Vasco Ribeiro, não tiveram a possibilidade de permanecer na nossa escola após o concurso de professores deste ano letivo, a diretora da escola foi a selecionada para me acompanhar.

Assim sendo, entre os dias 27 de novembro e 2 de dezembro, efetuamos uma viagem ao Brasil, com o objetivo de participar do VIII Seminário Estadual Nepso Polo Pernambuco, de forma a, não só divulgar o nosso trabalho por todos os restantes participantes, mas também para conhecer os estudos de opinião destes.

No dia 27, viajamos de avião do Porto até Lisboa, onde nós encontramos com Joana Rodrigues, a representante da Fundação Vox Populi. Após algumas horas de espera, embarcamos no voo com destino a Recife, Brasil. Chegadas finalmente a solo brasileiro, após umas extensas 8 horas de viagem, ficamos hospedadas no Hotel Onda Mar, onde descansamos durante a noite.

No dia seguinte, dirigimo-nos, de autocarro, a Garanhuns, onde viria a decorrer o seminário. Instalamo-nos no Hotel Tavares Correia, almoçamos, e fomos visitar duas escolas da região: uma situada na zona mais movimentada, e outra localizada numa área mais modesta e rural. Além das distinções entre as duas escolas, fiquei estupefacta com a diferença entre estas escolas e as escolas portuguesas: mesmo as escolas mais pobres de Portugal conseguem ter muito mais qualidade nas suas instalações que estas escolas brasileiras. Fiquei, também, comovida com o interesse das crianças em pertencer aquelas escolas, apesar das condições em que aprendem. Foi sem dúvida uma lição de vida, já que estou acostumada a ouvir os alunos da nossa escola queixarem-se das suas instalações, quando, na realidade, seriam um luxo para aquelas crianças.

Nos dias 29, sexta e 30 sábado, decorreu o seminário. Nestes dois dias, assistimos a palestras que nos ensinaram diversos métodos de partilha e de síntese de informação, que um dia mais tarde serão úteis na realização deste tipo de projetos. Presenciamos, também os testemunhos dos alunos brasileiros pertencentes ao Nepso, que desenvolveram este projeto e nos apresentaram as suas principais conclusões adquiridas. É de destacar a escolha das temáticas por eles abordadas, já que incidiram mais em situações-problema típicas da região, como por exemplo, as drogas e a exploração infantil, que, obviamente, nos marcaram pelo modo como eles abordavam o tema e estavam dispostos a unir esforços para, juntos, ajudarem a erradicar esses problemas. Apresentamos, igualmente, o nosso projeto, que foi recebido com muito agrado.

Nos dias 1 e 2, já em Recife, visitamos o Colégio de Aplicação, uma escola que coopera com a universidade federal, Olinda, uma cidade turística considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO e a praia de Boa Viagem. Aproximando-se a hora da partida, regressamos ao aeroporto, onde apanhamos o voo de regresso a casa.

Esta experiência foi bastante enriquecedora a diversos níveis: ao nível da aprendizagem relativa à estatística, já que apreendi novos conceitos e técnicas a utilizar em projetos futuros, e a nível pessoal, no que toca ao conhecimento de novas culturas contrastantes com a nossa, o estabelecimento de novas amizades e à vivência de momentos, que serão, provavelmente, únicos na nossa vida. E, por isso mesmo, há que agradecer a todos os que possibilitaram a minha viagem, pois foi algo que, definitivamente, me fez encarar a novas realidades, que, de outra maneira, não experienciava. É o testemunho que vale a pena elaborar estudos de opinião e dar a conhecer aos outros o que para eles é desconhecido, e, sobretudo, vale a pena participar no projeto Nepso.

 
 

 

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