A presente pesquisa foi desenvolvida no período de março a agosto de 2008, durante o curso de extensão “Escola e Pesquisa: Um encontro possível”, promovido pela Universidade de Caxias do Sul e coordenado pela professora Dra.Nilda Stecanela. Participar da vida acadêmica, seja como professor, aluno ou funcionário pressupõe defrontar-se diariamente com o desafio de conviver e trabalhar com a diversidade humana em todas as dimensões. Diante dessa realidade plural, procuramos conhecer que opinião os professores dos Cursos de Licenciatura da Universidade de Caxias do Sul têm sobre o processo de inclusão no ensino superior e de que forma estes pontos de vista influenciam nas estratégias que são utilizadas por estes docentes para incluir os acadêmicos em condições especiais. Os questionários, contendo questões abertas e fechadas, foram aplicados pessoalmente pela pesquisadora e auto-aplicados através de correio eletrônico dos professores que, em ambos os casos, foram escolhidos aleatoriamente. A pesquisa nos mostrou que a maioria dos entrevistados acredita ser importante a inclusão no ensino superior, entretanto, há uma preocupação com a falta de preparo e de formação específica para receber os alunos em condições especiais. Pudemos perceber também que, apesar de se declararem despreparados para atender estes alunos, uma parte considerável dos entrevistados fazia adaptações curriculares para atender às necessidades específicas, sendo que estas adaptações foram em sua maioria baseadas nas sugestões dos próprios alunos envolvidos. Além disso, ficou evidenciada a preocupação com a manutenção da qualidade do ensino, principalmente no que concerne à questão da avaliação, que na opinião dos professores não deve ser de forma alguma “facilitada”, mas sim adaptada às necessidades específicas de cada aluno. Como referencial teórico para a análise dos dados, foram utilizadas obras de Maria Tereza Égler Mantoan, Philippe Perrenoud, Stuart Hall e tópicos da Legislação Nacional e Internacional sobre inclusão. Trata-se de um assunto que ainda precisa ser bastante estudado e debatido tanto na Universidade como em toda a esfera social, a fim de que o direito à diferença seja respeitado, ao mesmo tempo em que seja assegurada a oportunidade de acesso igualitário ao conhecimento e a uma educação de qualidade.