Esta pesquisa foi realizada com 97 alunos do 3º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal “Adelina Mesquita Januzzi”, do munícipio de Betim, durante o horário da tarde. Posso afirmar que dei início aos trabalhos com certo grau de resistência e insegurança, já que nunca havia me aventurado por atividades a partir de pesquisas.

Comecei pela definição do tema com os alunos, partindo de problemas que poderíamos explorar e com os quais seriam possíveis a análise e a intervenção junto às questões levantadas.

Em minha opinião, como convivemos diariamente com demandas que interferem diretamente no desenvolvimento pedagógico dos alunos, julguei que tais demandas poderiam ser apontadas, pela pesquisa, para o grupo de professores e para a direção da escola, tendo como ponto de partida a realização desse trabalho.

Questões como, por exemplo: convivência diária com pombos e seus excrementos dentro das salas de aula; excessivo calor, por falta de forro e ventiladores eficientes dentro das salas; falta de áreas de convivência na escola; inexistência de mobiliários adequados para os alunos; etc.

Esses problemas foram compartilhados pela turma como muito importantes e a divulgação dos resultados poderia ser de interesse comum e gerar resultados positivos, para todos. Definimos, entre três temas, que pesquisaríamos a existência ou não de áreas de convivência na escola.  

Para mim e para a turma estava claro que esse seria um tema interessante, pois sempre que buscávamos locais para atividades fora da sala de aula, acabávamos por voltar sem encontrá-lo. Acreditávamos, portanto, que esse seria um problema de todos.  

Daí, elaboramos o questionário e partimos para a pesquisa em campo, com as seguintes perguntas: Você gosta da escola?; Na sua opinião, existem boas áreas para atividades fora das salas de aula?; O que você acha que falta em nossa escola?

Ao realizarmos a tabulação e a construção da tabela dos resultados, notamos sem surpresas que, para a primeira pergunta, a grande maioria das respostas foi sim; mas, para surpresa de todos, as opiniões se dividiram quase igualmente, quanto a existência de áreas para atividades fora das salas de aula.

Esse fato indignou muitos alunos pesquisadores que avaliavam que não existiam essas áreas na escola. E por fim, em relação a terceira questão, podemos afirmar que o resultado não causou grande impacto, pois dos alunos que acreditam não haver áreas apropriadas para atividades fora das salas, muitos acreditavam que a opção “piscina” receberia o maior número de adesões.

Com a realização do projeto, percebi nos alunos um crescimento significativo em relação ao seu autovalor, sua autonomia, seu modo de ver o outro com diferenças e opiniões próprias; e em mim a capacidade de apreender novas perspectivas de trabalho e o quão ricas elas podem ser.

Veja em anexo o questionário elaborado pela turma.