Nosso objetivo foi pesquisar as formas de diversão dos profissionais do Sandra Rocha. Os estudantes disseram conhecer as formas de diversão das crianças, mas não faziam ideia de como nós, adultos profissionais da escola nos divertíamos. Interessante foi o fato de que deixaram claro não se tratar de conhecer sobre Lazer, mas sim sobre o que nos fazia rir, ficar feliz, de bem com a vida! Um fato que me chamou a atenção foi que eles (os estudantes), não nos percebem como seres humanos comuns, com padrões de vida semelhantes aos deles. Aos seus olhos parecemos seres de outro universo!

Nossa escola está inserida em uma comunidade que apresenta alta vulnerabilidade social, de difícil acesso e muita precariedade. As crianças e jovens que aqui estudam possuem dificuldades financeiras e sede de conhecer. Daí que o projeto deu muito certo porque eles abraçam novas ideias se envolvem e dedicam em trabalhos coletivos, são alegres e bem curiosos. Quando apresentei as intenções do curso de extensão do Nepso e falei sobre a pesquisa, o passo a passo, a culminância na UFMG, eles adoraram a ideia e toparam participar de pronto!

Como nosso público alvo era o quadro de profissionais da escola, combinamos que eles coletariam os dados (as entrevistas/questionários) no 2º turno e eu, como professora dos dois turnos, entregaria e recolheria os questionários do pessoal do 1º turno. Juntos tabulamos os resultados, que, de início não foram cruzados. Tabulamos resultado a resultado em um trabalho conjunto muito bom, pois, descobri na prática que quando estão envolvidos de fato, eles se comportam de uma maneira articulada e proveitosa do ponto de vista da construção de novas aprendizagens.

Como dito anteriormente, nossa primeira tabulação foi simples constatação de resultados. Depois de um dos encontros do curso de extensão Nossa Escola Pesquisa Sua Opinião, tornamos a analisar os resultados da pesquisa e, desta vez o fizemos em pequenos grupos, confrontando informações e ficamos muito mais satisfeitos com essa segunda análise. Gostamos tanto da experiência que no mesmo dia começamos a confecção dos cartazes que fizeram parte do mural exposto na entrada do pátio para informar as conclusões de nossa pesquisa. Afinal de contas, em todo o ambiente escolar todos nos perguntavam sobre as considerações a que chegamos.

Quando finalmente nosso painel ficou pronto, contamos com o auxílio de pais que aguardavam atendimento na Secretaria e que nos ajudaram a afixá-lo e ficaram maravilhados com nosso projeto. Os estudantes ficaram muito orgulhosos e felizes! Nesse dia, durante o recreio, sem que eu sugerisse, eles ficaram perto do painel e convidavam a todos para observar o painel  informando acerca do mesmo.

Em seguida, num excelente esforço coletivo, conseguimos esquematizar, organizar e montar nosso “filme”sobre Diversão. O tempo todo contamos com o apoio de nossa amiga e professora estagiária Luciana, que filmou e editou em seu aparelho celular as nossas cenas. Graças a ela que entende muito de novas tecnologias, nosso filme foi editado dentro do tempo limite do projeto do Nepso e ainda teve direito a efeitos e música! Na medida que o projeto era desenvolvido, tirávamos fotos com uma máquina digital e com elas montamos nosso power point.

O que não deu certo? Que não rendeu resultados satisfatórios? Nem mesmo a primeira tabulação dos dados pode ser considerada como erro, pois, quando a refizemos tivemos a oportunidade de perceber que havíamos realizado análises diferentes de um mesmo número de dados. E as conclusões de ambas foram esclarecedoras e, portanto, válidas. Estamos hoje em 2017 e os estudantes daquela turma contam com orgulho sobre o trabalho coletivo realizado. Eles aprenderam a procurar respostas e a elaborar perguntas. Alcançamos muito além dos objetivos a que nos propusemos.