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Concurso Nacional NEPSO - Escola Opinião premeia a turma do 8.º D do Agrupamento de Escolas de Real
Autor: Correio do Minho - Notícias - 02/07/2012

Decorreu no passado dia 28 de Junho, na EB 2,3 de Telheiras, em Lisboa, a entrega dos prémios NEPSO, uma iniciativa da Fundação Vox Populi (FVP).

O Agrupamento de Escolas de Real venceu a presente edição do Prémio NEPSO Escola - Opinião «Melhor trabalho», com o estudo denominado «A crise económica na perspetiva das crianças e jovens», realizado pelos alunos do 8º D e coordenado pelo professor Paulo Costa. A Turma do 8ºD recebeu um prémio de 2000 euros e duas viagens ao Brasil, para o professor responsável (professor Paulo Costa) e uma aluna (Maria Cunha), para divulgarem o estudo realizado e conhecerem outros projetos desenvolvidos na América Latina.

O projeto NEPSO - Escola Opinião, baseia-se numa metodologia de ensino criada pelo Instituto Paulo Montenegro, que o desenvolve no Brasil há dez anos, a qual propõe o uso dos estudos de opinião como instrumento pedagógico para incrementar a literacia, envolvendo alunos, professores, pais e toda a comunidade educativa.

O desafio lançado às escolas, para que desenvolvessem projetos de estudos de opinião, envolveu na presente edição 2011-2012, 698 alunos do 7º ao 12º ano, 63 professores, 34 escolas e aproximadamente 5000 entrevistados (alunos, professores, pais/encarregados de educação, entre outros). Um júri de especialistas em estudos de opinião e personalidades ligadas à educação, presidido pelo Dr. António José Teixeira (Diretor de informação da SIC Notícias), apreciou os 21 trabalhos apresentados pelas escolas de Norte a Sul do País, tendo selecionado 8 trabalhos para a fase final.

Com a presença do Dr. António José Teixeira, Dr.ª Esperança Afonso (Marktest), Dr.ª Rosália Silva e Dr.ª Eulália Alexandre (em representação do Ministério da Educação), Dr.ª Paula Queirós e Dr. Luís Queirós (Fundação Vox Populi), deu-se início à apresentação dos oito trabalhos distinguidos. Os temas foram bastante atuais e pertinentes: a crise socioeconómica, a pegada ecológica, o uso das redes sociais, a educação sexual, a animação sociocultural em diferentes etapas da vida, entre outros.

No final da cerimónia, alunos, professores e pais/encarregados de educação regozijaram-se com esta 2ª participação no projeto NEPSO e vão lançar-se em mais um novo desafio, o de solicitar apoios à comunidade educativa, com o intuito de poder alargar o número de participantes no encontro das escolas NEPSO no Brasil, no dia 25 de Agosto de 2012.

RESUMO do estudo «A crise socioeconómica na perspetiva das crianças e jovens»

Considerando as crianças como atores sociais competentes para a interpretação do contexto em que se inserem (O´Kane, 2005; Sarmento, 2006; Soares, 2006; Tomás, 2007, 2011), expomos no presente estudo um contributo relacionado com a temática da crise socioeconómica que decorre das possibilidades metodológicas da participação partilhada das crianças no processo de investigação.

Assim, dada a atual conjuntura que o país atravessa, sustentamos a pertinência de um estudo acerca da opinião que as crianças e os jovens têm da crise socioeconómica e suas implicações no bem-estar dos indivíduos. Consideramos ainda que o envolvimento das crianças e jovens na caraterização do problema (crise) a partir das suas vozes e o seu contributo na procura de soluções para a enfrentar, constituem espaços privilegiados de promoção da cidadania (NEPSO, 2011, 2012).

Na lógica de uma compreensão contextual de um Agrupamento de Escolas de Braga - Norte de Portugal, desenvolvemos o presente estudo com o objetivo de conhecer a opinião de crianças e jovens sobre a atual crise socioeconómica, possibilitando dessa forma a discussão e reflexão de determinados temas, tendo por base a realidade em que vivemos.

Neste texto, apresenta-se um trabalho desenvolvido com crianças/jovens do 3º ciclo do Ensino Básico, o qual se iniciou a partir de algumas interrogações: o que pensam as crianças e jovens sobre a crise e o que a carateriza? Que imagens e conceções lhe associam? Quais as medidas de intervenção que deveriam ser adotadas para a ultrapassar?

Numa primeira fase, os alunos desenvolveram um guião de entrevista de forma a possibilitar a construção de um questionário de autopreenchimento. Assim, foram aplicadas 12 entrevistas a alunos do 1º ao 9ºano do Ensino Básico. Na segunda fase, a partir de um questionário aplicado a 411 crianças e jovens de cinco escolas do Norte de Portugal, foram caraterizadas as opiniões relativas à crise socioeconómica.

Os principais resultados indicam que a maioria dos inquiridos classifica o país como «muito mau ou mau», sendo mais expressiva no grupo dos jovens comparativamente ao das crianças. A crise, de acordo com a opinião dos inquiridos, constitui a expressão mais ouvida acerca da atual situação do país, reforçando assim a pertinência do presente estudo. Na opinião dos inquiridos, a «falta de dinheiro» constitui a expressão que melhor denomina a crise, constituindo a «televisão» o meio através do qual mais ouvem falar da crise.

As crianças consideram que o grupo mais afetado pela crise são os «adultos», enquanto os jovens indicam «adultos e crianças de forma diferente», registando-se diferenças estatisticamente significativas entre os grupos. A maioria dos inquiridos considera que a poupança constitui uma forma eficaz de fazer face à crise, sendo mais reconhecida pelos jovens comparativamente às crianças, registando-se diferenças estatisticamente significativas entre os grupos em análise.


*** Nota elaborada pela Escola *** 

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