Entre os dias 11 e 15 de outubro, aconteceu o X Congresso IBOPE UNESCO - Olhar a prática: um exercício de reflexão com o objetivo de contribuir com o processo de fortalecimento de uma cultura de registro e sistematização das práticas dos professores no Nepso. Essa temática começou a ser discutida em um encontro que foi realizado em março deste ano de 2013 (veja aqui) e devido a sua grande importância também passou a ser o tema central deste encontro internacional.
“No início do ano, abordamos os aspectos da sistematização relacionados ao registro e a devolutiva. Agora, durante o congresso, discutimos as dimensões da síntese e reflexão. Procuramos demonstrar como a aprendizagem e a produção de conhecimento estão diretamente relacionadas ao compartilhamento das práticas cotidianas. Muitas iniciativas inovadoras puderam ser partilhadas a partir dos registros feitos pelos docentes de suas experiências”, Leila Andrade, assessora do programa pela Ação Educativa.
Para iniciar as atividades do encontro foram relatadas as aprendizagens obtidas a partir da metodologia Nepso tanto do ponto de vista da coordenação geral como também de cada um dos polos. Ainda neste primeiro dia os convidados especiais, prof. Dr. Elie Ghanen, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP) fez uma exposição sobre “que aprendizagens o Nepso pode proporcionar para a universidade”; e o Prof. Eduardo Caldas também da Universidade de São Paulo falou sobre “a importância de compartilhar experiências“.
Leila Andrade e Marilse Araujo, da coordenação geral do programa, realizaram na manhã do segundo dia um exercício de registro e devolutiva com base na exibição de trechos do filme Dentro de casa. No período da tarde, Cristina Meirelles da ONG Casa7 Memórias e Aprendizagens, retomou a discussão dando o enfoque sobre síntese e reflexão dentro do processo de sistematização. Para encerrar o dia, os professores participaram de uma atividade extra proposta pela Cartoon Network sobre bullying
No terceiro dia do congresso, os professores se reuniram em grupos para discutir sobre as especificidades do Nepso nos diferentes níveis de ensino. Este foi o momento onde puderam trocar experiências sobre a prática docente. Para a professora de ensino fundamental Elvira de Fátima Bandeira, de São Paulo, “é muito legal ver que professores de lugares tão distantes se vêem diante dos mesmos desafios. Ver que a prática de outro país, a forma como aquele professor conseguiu realizar o projeto, os diferentes caminhos que ele encontrou para concluir cada etapa podem ser aplicados em minha escola.”, comenta. No final desse dia Gustavo Raulino, da Mova Filmes, promoveu uma conversa com os participantes sobre “vídeo nas escolas – um novo olhar”, com o objetivo de trazer à tona a discussão do uso do vídeo nas escolas. Foram levantadas novas linguagens e aplicações acadêmicas desta que é a plataforma mais acessada da internet, e como esse recurso áudio visual pode ser usado no Nepso.
A professora de educação infantil, Audilane Costa, de São Paulo, que participa do projeto desde 2012, diz que a valorização profissional é um dos principais destaques do encontro. “Às vezes na sala de aula, nós desenvolvemos práticas de várias pessoas e nem ligamos para o que fazemos. São inúmeras as iniciativas que surgem do nosso cotidiano e da realidade dos nossos alunos que podem auxiliar outros professores, por exemplo. Aprender a importância de sistematizar me faz sentir valorizada. Eu não sou a tia, apenas responsável pelos cuidados, sou uma pedagoga, capaz de pensar em estratégias e, sobretudo, produzir conhecimento.”, conclui
Após esses três longos dias de aprendizagens e trocas foi proposto que os integrantes de cada um dos polos se reunissem para fazer um planejamento dos próximos passos do programa Nepso.
*Entrevistas cedidas para Ação Educativa