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O lugar das tarefas de casa no cotidiano dos alunos é tema de pesquisa
Autor: Portal L´Attualitá  - 26/11/2013

Adriana Cardozo Perozzo, no ano de 2013 realizou pela Universidade de Caxias do Sul, o curso de extensão Nossa escola Pesquisa sua Opinião (Nepso), e a partir deste, realizou uma Pesquisa de Opinião com uma turma de 3º ano do ensino fundamental da Escola Municipal de Ensino Fundamental Alfredo Belizário Peteffi, de Caxias do Sul, onde pesquisou sobre a Temática ‘O lugar das tarefas de casa no cotidiano dos alunos: repensando as práticas pedagógicas’. Nepso é uma metodologia que promove o uso pedagógico da pesquisa de opinião em escolas da rede pública de ensino regular fundamental e médio e em cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O tema surgiu de uma necessidade sentida pela educadora diante das propostas de tarefas de casa e das queixas dos alunos frente a esta prática. “Durante a semana os alunos queixavam-se das propostas de tarefa para casa, mas faziam o mesmo, já no final de semana alegavam que o tempo era para ficar com a família.”aponta Adriana. Esta declaração fez com que a educadora refletisse sobre sua atuação. A pesquisadora foi em busca de referenciais que embasassem esta prática e constatou que não há normatização oficial que preconiza esta prática como obrigatória. “As tarefas de casa surgiram como uma ocupação própria para os estudantes de classe média e tornou-se parte destes grupos que valorizavam a escolarização como estratégia de ascendência social e com o passar dos tempos ela chegou à escolarização básica popularizando-se e hoje mostra-se como parte inerente a condição estudantil” ressalta a educadora.

Realizando a pesquisa de opinião, Adriana investigou com sua turma, qual o espaço das tarefas de casa no cotidiano dos mesmos, aplicando um questionário com 10 questões abertas e de múltipla escolha, para seus 28 alunos. Após a tabulação dos dados constatou que 25 alunos gostam das tarefas propostas, mas 9 realizam os deveres por obrigação. A professora também investigou se há a presença de um familiar durante a realização das tarefas e verificou que dependo do tipo de tarefa, os alunos solicitam auxílio para algum familiar, e na sua maioria a mãe (20 votos) é quem auxilia, seguindo, com 16 votos onde as tarefas são realizadas somente pelo aluno. Sobre o lugar que eles fazem as tarefas, na mesa da cozinha ou no quarto é o local que predomina, apenas 2 alunos afirmaram tem um local (sala) específico para estudos. O que surpreendeu a educadora foi às respostas da questão ‘Porque a professora propõe tarefas para casa?’ onde nenhum aluno apontou a possibilidade do professor ‘dar’ tarefas de casa só para ocupar os alunos, tendo sua hipótese inicial refutada, sendo votada por 27 alunos a opção de que as tarefas servem para que os alunos busquem novas informações como base para estudos futuros. 

“Com esta pesquisa e de posse dos resultados, foi possível qualificar a atuação docente, respeitando o contexto em que me insiro! A partir da breve busca, não abri mão desta prática, pois considero as tarefas para casa como um momento privilegiado de estudos colaborando para o aprendizado dos alunos, mas reconfigurei minha atuação, e isto também é um dos princípios da pesquisa em sala de aula” conclui a professora. Hoje, as tarefas são propostas durante os dias da semana, mas o que mudou foi o rigor nas cobranças. “As tarefas não precisam ser mostradas para mim, elas são verificadas em pequenos grupos, onde mutuamente, os alunos auxiliam uns aos outros nas correções, discutindo o que está adequado e o que precisa ser revisto. E eu acompanho este processo esclarecendo as duvidas que restarem” salienta Adriana. O que antes se apresentava como uma prática para ser apresentada ao professor, hoje é um momento de estudos, que depende e é exclusivamente para o aluno.
 

Os resultados desta pesquisa foram apresentados em um seminário Nepso em Caxias do Sul, com a presença de pesquisadores do Polo Rio Grande do Sul, da Coordenadora, professora Nilda Stecanela e orientadores do Polo gaúcho, além de estar presente a professora Elza Bolaños Lezama, coordenadora do Polo Peru e da coordenadora geral do Nepso Brasil, Leila Andrade. A professora também esteve divulgando seus resultados no X Congresso IBOPE UNESCO em São Paulo, que aconteceu entre os dias 11 e 15 de Outubro. Para socializar todos os resultados, o artigo escrito produzido pela educadora, com as análises e gráficos dos resultados está publicado no site dos Anais do XIII Seminário Escola e Pesquisa Um Encontro Possível disponível como referência PEROZZO, Adriana. O lugar das tarefas de casa no cotidiano dos alunos: repensando as práticas pedagógicas. In: Anais do XIII Seminário Escola e pesquisa: um encontro possível. Universidade de Caxias do Sul, agosto/2013.

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