Atualmente fala-se em cidadania, em democracia, em liberdade de expressão; porém muitos destes termos, entre outros utilizados na atualidade, não são profundamente conhecidos ou compreendidos pelos brasileiros. Encontramos em nosso país a enorme contradição entre a detenção de muitas riquezas, belezas e talentos com a expansão da pobreza, da tristeza e da constante busca por realizações que nos valorizem enquanto cidadãos brasileiros. A partir dessa perspectiva, busca-se instigar nos alunos a curiosidade e o desejo de conhecer mais sobre si e sua cultura, resgatando o passado, em busca de uma constante construção de sua identidade, através de uma ampla compreensão do conceito de país, para chegamos a uma questão polêmica, porém muita rica; “Que país temos, que país queremos?” Este projeto tem permitido aos nossos alunos levantar questões e opinar a respeito de nossa sociedade local, bem como o impacto que esta sofre frente às dificuldades e mudanças nacionais.Levando em consideração que “ensina-se não só por respostas dadas, mas pelas experiências proporcionadas, por problemas criados e pela ação desencadeada na sua realização.” (LEITE, 1996), incentivamos o desenvolvimento da pesquisa como fonte de aprendizagem, partindo mais uma vez das dúvidas e questionamentos levantados pelos próprios alunos. Objetivamos desenvolver a argumentação crítica dos estudantes, bem como instigá-los à freqüente reflexão de suas ações com relação à nossa Pátria, compreendendo, sobretudo, os fatores que nos trouxeram a essa realidade para que possam atuar de maneira significativa em prol de mudanças positivas futuras, além de localizarem-se enquanto cidadãos capazes de interferir positiva ou negativamente em sua sociedade local, reconhecendo que a necessidade de mudança deve começar de onde estamos rumo ao todo e percebendo que as argumentações e discussões são realmente fundamentadas quando causam mudanças positivas no ambiente. Essa constatação pode levar os estudantes mais críticos, movidos pela vontade de perceber evoluções mais significativas, a perguntar-se: quais seriam as principais causas a emperrarem o exercício da cidadania em nossa realidade? Como poderíamos atuar para superá-los? Concordamos com Angeuski ao afirmar que o processo de democratização do País, que vem evoluindo após o regime militar, tem trazido frustrações à sociedade, que assiste estarrecida às manifestações de desrespeito às regras estabelecidas. Acontecimentos recentes levam a questionar o posicionamento da sociedade, que parece estar paralisada diante dos fatos que assiste, especialmente em relação aos abusos que se verificam na administração pública. Observando a realidade social constata-se que a comunidade ainda está muito mal informada no que se refere aos seus direitos e deveres, além de ficar evidente a postura acomodada de muitos cidadãos. É necessário, nesse momento, um estudo mais atento aos mecanismos de controle dos atos do poder público, dando maior importância aos instrumentos constitucionais, criados para a defesa dos direitos do cidadão, sem esquecer que nossa Constituição instituiu uma democracia participativa, que convoca os cidadãos, isolados ou em grupos, a colaborar na gestão e fiscalização da coisa pública.