Escolhemos para nossa pesquisa o tema “Volta às aulas a qualquer tempo”. Queríamos motivar o retorno à escola daqueles que não concluíram seu ensino básico. Pensamos que, ao responderem as perguntar propostas, os entrevistados começariam a pensar sobre essa possibilidade. Acreditávamos que nós mesmos, durante as entrevistas, daríamos um exemplo de como isso é possível e gratificante. Para entendermos melhor o que é uma pesquisa de opinião, analisamos em grupo várias pesquisas extraídas do site do IBGE, discutimos se cada uma delas era uma pesquisa de opinião e por quê, quais eram os públicos alvos e suas respectivas amostras. Escolhemos como público alvo da nossa pesquisa pessoas com mais de 35 anos que não terminaram o ensino básico. Essas pessoas seriam da comunidade externa, já que o Projeto de Ensino Fundamental de Jovens e Adultos - segundo segmento (PROEFII), foi inicialmente concebido para os funcionários da Universidade e ainda hoje eles têm prioridade no preenchimento das vagas, mas há muitas pessoas lá fora que também gostariam de ter essa oportunidade. A próxima etapa foi a montagem do questionário. Discutimos as possíveis situações que levam as pessoas a parar de estudar, como isso afeta suas vidas e como elas se sentem com a possibilidade do retorno. Decidimos quais pontos seriam relevantes e produzimos um questionário com 9 questões e um cabeçalho que seria preenchido com o nome, endereço e telefone dos entrevistados. Esses dados seriam importantes para podermos depois entrar em contato com eles, e conversar mais sobre o retorno às aulas. Com o questionário em mãos, aplicamos em nossa própria escola um pré-teste, que tinha o objetivo de revelar a clareza das questões, se existiam outras alternativas que não havíamos considerado e outros aspectos que poderiam ser melhorados. Fizemos pequenas modificações no questionário e decidimos retirar o cabeçalho, já que muitas pessoas se mostraram receosas em completá-lo. Tendo o questionário definitivo pronto, partimos para o trabalho de campo. Entrevistamos pessoas conhecidas, do nosso trabalho, da nossa família, e passamos também a conhecer novas pessoas no bairro, visitando bancas, supermercados e outros lugares. Chegamos a uma amostra de 136 pessoas. Para podermos obter os resultados, fizemos a tabulação de todos os questionários. Nossa pesquisa mostrou que a maioria das pessoas deseja voltar a estudar. Conseguimos, como queríamos, fazer com que os entrevistados começassem a considerar essa possibilidade mais seriamente. Tanto que muitos deles estão se inscrevendo no processo seletivo do PROEFII e, por isso, acreditamos que o mais importante objetivo de nossa pesquisa de opinião está, aos poucos, concretizando-se. A sensação de entrevistar pessoas com opiniões diferentes, mas que se encontram em situação parecida com a nossa há um ano atrás, fez com que nos sentíssemos importantes e valorizássemos nossa atual posição, da qual muitas vezes chegamos a sentir vergonha.