DESTAQUE DA PESQUISA
	
        EE Prof. Moacyr Campos
Projeto: Nossa Escola Pesquisa Sua Opinião-NEPSO
Tema: Jovens dos anos 70
Série: 3º B (Ensino Médio)
P1.Sexo
1 (  ) Masculino
2 (  ) Feminino
P2. Ano de nascimento                               
1  (  ) 1945 a 1950 
2. (  ) 1950 a 1960 	
3. (  ) 1961 a 1965 
P3. Escolaridade
1. (  ) E. Fundamental incompleto
2. (  ) E. Fundamental completo
3. (  ) E. Médio incompleto
4. (  ) E. Médio completo
5  (  ) E. Superior incompleto
6  (  ) E. Superior completo
P4. Os jovens, em sua época, consideravam o estudo:
1. (  ) Pouco importante
2  (  ) Importante
3  (  ) Muito importante
P5. Os jovens liam:
1 (  ) Muito
2.(  ) Razoavelmente
3 (  ) Pouco
4 (  ) A maioria não costumava ler
P6. Como os jovens viam o seu futuro?
1.(  ) Com boas perspectivas
2 (  ) Com perspectivas razoáveis
3.(  ) Com perspectivas ruins/sem perspectivas
4.(  ) Não se preocupavam
PP7 . Qual o tipo de filme que fazia mais sucesso ema sua época quando jovem?
1 1. (  ) Drama
2 2. (  ) Aventura
3 3. (  ) Romântico
4 4. (  ) Comédia
5 5. (  ) Ficção científica
6 6. (  ) Pornochanchada (brasileiro, com cenas quentes)
P8. Qual era a principal atividade de lazer?
1  (  ) Leitura
2  (  ) Cinema
3. (  ) Freqüentar bares/festas
4  (  ) Reunião na casa de amigos
5  (  ) Viajar
6  (  ) Dormir
7  (  ) Ouvir rádio
8  (  ) Reunião na casa de familiares
9  (  ) Outro lazer. Qual?________
P9. Qual a principal imagem que você tem sobre os jovens de sua época (anos 70)?
1 (  ) Bastante comprometidos com os estudos
2 (  ) De aparência rebelde no modo de vestir e            de se pentear
3 (  ) Comportamento que abandonava tradições e costumes
4 (  ) Muito interessados em política e economia
5 (  ) Ouviam muito músicas críticas, de protesto
6 (  ) Jovens que abandonavam os estudos para trabalhar
7 (  ) Outra imagem. Qual?______
P10. Como os pais viam os estudos?
1 (  ) Não ligavam, trabalhar era mais importante
2 (  ) Achavam importante
3 (  ) Consideravam muito importante
P11. Nos anos 70 o Brasil vivia uma ditadura militar. Como isso era visto pela maioria?
1 (  ) A maioria não sabia o que estava acontecendo
2 (  ) A maioria apoiava os militares
3 (  ) A maioria era contra os militares
4 (  ) Não sei
P12. Como os hippies eram vistos?
1 (  ) Jovens que só queriam curtir o momento
2 (  ) Jovens que pregavam paz e amor
3 (  ) Jovens rebeldes que queriam mudar o mundo
4 (  ) Rebeldes sem causa
5 (  ) Não sei
P13. Aponte um (a) artista, cantor (a) importante na sua juventude________
P14. Escolher até  3 alternativas sobre “quem é o jovem de hoje”:
1 (  ) Comprometidos com os estudos, fazem muito cursos
2 (  ) Muito ligados às novas tecnologias (ex.internet)
3 (  ) Pouco interessados em política/economia
4 (  ) Preferem trabalhar a estudar
5 (  ) A maioria não valoriza a escola
6 (  ) Solidários, querem mudar o mundo
7 (  ) De aparência rebelde no modo de ser, vestir, pentear. Usam piercing, tatuagem.
8 (  ) Há várias imagens de jovens, não dá para definir um tipo só.
9 (  ) Outra imagem. Qual?____________
P15. Há alguma questão que gostaria de sugerir para esse questionário?
1.	(  ) Sim. Qual?_____________________
2.	(  ) Não
        
 
	RESUMO
    
        Jovens dos anos 70: revolucionários ou jovens de acordo com a sua época?
Essa pesquisa foi inspirada pela idéia que tínhamos sobre a juventude atual. Nós seríamos parte de uma juventude que não deixaria uma herança positiva para as gerações posteriores. Nos parecia que não teríamos mais nada a inventar, a criar e transformar o mundo. Daí a professora nos pediu que pesquisássemos o conceito de juventude e chegamos à seguinte definição, segundo Dayrell, “A juventude é uma categoria socialmente construída. Ganha contornos próprios em contexto históricos, sociais distintos, e é marcada pela diversidade nas condições sociais(...), culturais (...), de gênero e até mesmo geográficas, dentre outros aspectos. Além de ser marcada pela diversidade a juventude é uma categoria dinâmica, transformando-se de acordo com as mutações sociais que vem ocorrendo ao longo da história. Na realidade, não há tanto uma juventude e sim jovens, enquanto sujeito que a experimentam e sentem segundo determinado contexto sociocultural onde se insere.”[ DAYRELL 2007, p. 4], ou seja, uma espécie de grupo que muda conforme os contextos históricos e sociais em que está inserido. Como ele mesmo disse, não há tanto uma juventude, existem sim jovens, que a experimentam e a sentem de acordo com o contexto sociocultural que vivenciam.
A história é a base para se repensar e compreender melhor o momento, o contexto em que vivemos, as pessoas que fazem parte desse mundo, daí a importância de estudá-la e realizar uma pesquisa de opinião para que possamos comparar épocas diferentes e refletir a partir das semelhanças e diferenças levantadas. 
Elaborado o questionário e aplicado o pré-teste iniciamos o campo.
Por meio de entrevistas com pessoas que eram jovens nos anos 70 e nascidas no período de 1945 a 1965, foi possível observar como os jovens dessa época se comportavam e pensavam. 
Escolhemos a década de 70 devido ao grande número de modas, músicas, filmes e abandono de costumes tradicionais que marcaram estes anos, representando uma brusca diferença na juventude que vivenciou o período e nas gerações seguintes.
As entrevistadoras foram à busca dos entrevistados em praças públicas, ruas, casas de vizinhos e parentes a até mesmo na escola em que estudam, a Escola Estadual Professor Moacyr Campos, utilizando da paciência e tempo de alguns professores e funcionários da instituição. A busca pela entrevista talvez tenha sido a parte mais difícil do trabalho depois da tabulação dos gráficos (que também não foi fácil!), já que o grupo não conseguiu, como pretendia no inicio, utilizar-se de alguns lugares públicos fechados que tem programação específica para idosos como Clubes e CEU‘s, embora tenha tentado.
Uma observação importante é que, conforme a faixa etária e o nível educacional as pessoas apresentavam mais dificuldade para responder as perguntas e acabavam distraindo-se a relatar fatos e acontecimentos de sua juventude, ou pelo contrário, eram mais objetivas e compreendiam bem o que se perguntava. Essa foi uma diferença notável entre professores e pessoas mais jovens e com mais escolaridade, que eram objetivas e diretas e pessoas mais velhas e de menos escolaridade, que eram subjetivas e tinham dificuldade em responder ao questionário. 
Quando perguntávamos “quem são os jovens de hoje” (pergunta 14 do questionário), todos na maioria das vezes tinham a mesma reação. Os risos disfarçados e as respostas obtidas mostraram que quase todos acham os jovens de hoje um tremendo “fracasso”, desinteressados, mal educados e alienados, e, se compararmos com os dos anos 70, os revolucionários, a atual juventude é realmente um tanto desligada de tudo, mas não generalizemos: há exceções.
Vamos destacar alguns resultados:
•	Dos 50 entrevistados, 56% eram de mulheres e 44% de homens. 50% nasceu entre 1950 e 1960.
•	Quase 50% tinha ensino fundamental completo e incompleto, 19% com ensino médio e apenas 11% com superior completo.
•	71% tinham boas e razoáveis perspectivas para o futuro.
•	46% consideravam o estudo importante e 21% muito importante.
•	Quase 40% tinham como principal imagem do jovem de sua época: jovens que abandonavam o estudo para trabalhar; quase 20% apontou a aparência rebelde no modo de vestir e de se pentear.
•	Formas de lazer: para 27% era o cinema e 16% indicou reunião na casa de familiares. 35% preferiam os filmes românticos e 32% os de aventura.
•	Percepção sobre a ditadura militar: para 37% a maioria apoiava e 28% não tinham idéia do que se tratava.
•	38% viam os hippies como jovens que pregavam paz e amor e para 30% eram rebeldes sem causa.
•	50% apontou Roberto Carlos como artista importante da época, seguido de Raul Seixas que recebeu 8%.
•	Principais imagens sobre os jovens de hoje: 26% apontaram como “muito ligados à novas tecnologias” e também “de aparência rebelde no modo de ser, vestir e pentear”; para 18% “há vários jovens, não dá para definir apenas um tipo” e para 17% “muito comprometidos com os estudos, fazem vários cursos”.
Na análise dos resultados, percebemos que exploramos pouco dois pontos: sobre a condição da mulher e a influência da mídia na formação dos jovens no período estudado.
A tecnologia ganhou espaço, com invenções que, mais tarde, seriam considerados por alguns como o mal da modernidade. Em 1971 a Intel lançou o primeiro microprocessador do mundo, o Intel 4004, e, no ano seguinte lançou o Odyssey 100, o primeiro videogame do mundo. Mas não parou por aí. A televisão, que influencia muito as pessoas tornou-se popular nesses anos.
O Brasil passava por uma Ditadura Militar, e entre 1970 e 1979 vivenciou o Milagre Econômico, a repressão militar e o alcance da presidência pelo general João Baptista Figueiredo. Na arte, o Rock, a MPB e o Disco Dance iam aos poucos conquistando milhares de fãs.
Esse palco de evolução, repressão e arte foram fundamentais para surgirem estilos jovens típicos dos anos 70 da qual destacaram-se os Hippies ( naturalistas que pregavam a paz e o amor livre), os Punks ( anti nazistas que pregavam a liberdade) e os “Discoteca”, que sem ideais buscavam tão somente a diversão e o glamour, valorizavam a tecnologia e o capitalismo.
O sexo, a homossexualidade e o casamento começavam a ser vistos de outra maneira. Havia chegado a hora de praticar o sexo antes do casamento, sem medo, de namorar pessoas do mesmo sexo sem vergonha e de desfazer-se de casamentos infelizes sem serem criticados pela sociedade. É claro que isso não foi totalmente aceito, pois representou algo muito “fora de comum” para a maioria  mas alguns jovens concordavam plenamente com tais ideias , que foram aos poucos, sendo aceitas por mais gente.
A mulher também queria seu espaço. Cansadas do papel de mãe, cozinheiras e esposas queriam ganhar liberdade sexual, espaço no mercado de trabalho e, sobretudo, independência. A imagem de submissa, dona de casa e mãe deu lugar à de mulheres decididas, sensuais e independentes.
Agora vamos à pesquisa. Sem dúvida, este turbilhão de acontecimentos provocou uma verdadeira revolução da sociedade, e mais ainda no jovem, que ainda estava na fase de formular ideias e conceitos éticos que formariam sua personalidade quando adulto. 
Na pesquisa de campo foi identificado que a escolaridade/estudos, embora considerado importante pelos jovens e pelos seus pais, a dificuldade de adquirir o conhecimento era enorme. A principal imagem que as pessoas entrevistadas tinham de sua geração era a de abandonar a escola para trabalhar, e, como consequência, a maioria dos nossos entrevistados possuem apenas o Ensino Fundamental 1 ou 2 incompleto, o que não deixa dúvidas sobre esse triste fato. 
Ainda que a tecnologia evoluísse e o país vivesse um período conturbado, o acesso às informações era mais uma realidade. Muitos jovens dos anos 70 disseram não saber o que estava acontecendo quando referimo-nos à ditadura e a maioria deles apoiava o regime, provavelmente também por não saber do que se tratava.
Os jovens informados escolheram a revolta e mostraram ser contra toda essa política e todos aqueles tabus, mas ainda eram vistos com maus olhos por outros. Os Hippies, por exemplo, foram considerados em nossas entrevistas “rebeldes sem causa” por muita gente, mas a maioria tinha uma ideia limitada sobre tais. Diziam ser jovens que pregavam a paz e amor.
A música e o cinema já eram fontes de lazer entre  eles, perdendo até para as tradicionais visitas a casa de familiares. Se destacaram como gêneros de filmes preferidos o romance e a aventura, e como ídolos Roberto Carlos e Raul Seixas, ícones da música brasileira.
A última percepção é a de que a visão que eles tem do jovem de hoje é basicamente a de descomprometidos, ligados somente a novas tecnologias e a alguma moda predominante.
Ao final das entrevistas algumas afirmações que já faziam parte da nossa “tese” sobre os jovens dos anos 70 foram constatadas: A de que a mídia ao ganhar popularidade e tornar-se assídua na vida dos brasileiros mudou completamente o pensamento tradicional, a de que a dificuldade de acesso a informação e ao conhecimento “conteve” a fúria jovem em diversos cantos do país e a de que as mudanças ocorridas naquela época  mudaram para sempre o conceito de juventude que existia.
A chegada da tecnologia e o aprofundamento do capitalismo no século XXI têm contribuído para a construção de uma nova sociedade. Para o grupo, os jovens de hoje, em sua maioria, são indiscutivelmente influenciados pela mídia e escravos do capitalismo/consumismo e muitos estão alheios ao mundo ao seu redor, infelizmente.
Seria possível construir um outro mundo mais justo e igual para todos? Com jovens mais solidários?
    
	
	
	
 
	 
    
		
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