Iniciativa
Coordenação Pedagógica
CULTURAS JUVENIS E CULTURAS ESCOLARES: ENCONTROS POSSÍVEIS | voltar
RESUMO
A cultura escolar compreendida nos moldes tradicionais, permanece como um terreno seguro para a manutenção do controle dos alunos em sala de aula. Sua eficácia, porém, restringe-se à precária manutenção do disciplinamento, esvaziado de sentido frente à inquietude adolescente. Parto desse pressuposto para desenvolver a pesquisa, emprego a análise dos dados levantados junto às turmas de primeiro ano do ensino médio noturno, de uma escola pública da periferia de Caxias do Sul, desenvolvendo o estudo sobre as culturas escolares e a existência ou não do diálogo com as culturas juvenis de modo recíproco, com vistas a contribuir para o entendimento da juventude em sua condição pós-moderna, na perspectiva dos Estudos Culturais. Buscando identificar quais são os consumos culturais dos alunos, por meio da utilização de questões relacionadas ao cotidiano juvenil, investigando seus gostos, estilos e opiniões, faço alguns cruzamentos de influências em expressões simbólicas que podem estar relacionadas com a cultura de massa e fatores como geração, classe social e gênero. Desta forma, analiso a significação que os jovens dão aos consumos de artefatos culturais e de que forma representam suas identidades, sendo que as mesmas demonstram uma instabilidade promovida pelas interações com a realidade que transpõe os muros da escola. Tomando por base as propostas do plano pedagógico da instituição analisada e as possibilidades de sua consolidação, em constante reestruturação, de acordo com a realidade mutante que habita a escola, proponho novos olhares para a prática docente, com vistas a estabelecer um diálogo que atualize o currículo e seu conceito, em consonância com a velocidade de informações que estão fora dos conteúdos tradicionais. A interpretação dos dados indica que as duas culturas em evidência encontram-se em franca oposição, sendo que o desempenho relativo às questões de (in)disciplina, rendimento escolar e formação de cidadãos críticos, estão diretamente ligadas à existência ou não de diálogos entre as partes envolvidas na realidade sócio-cultural da escola. Alguns dados reveladores nos mostram que meninas e meninos entendem que os conteúdos e a forma de ensino empregada pelos docentes dificilmente dialoga com as suas realidades, gostos e estilos, sendo que o processo de formação de suas identidades parece estar influenciado muito mais pelas trocas afetivas que se dão em espaços que envolvem a arquitetura escolar. Sendo alvos privilegiados do mercado, os jovens demonstraram estar suscetíveis às incursões da mídia, reconhecendo em muitos casos que não se questionam sobre as suas escolhas, parecendo cada vez mais adaptáveis aos moldes estabelecidos.
 
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POLO Rio Grande do Sul
ano
2007 (+)
tema
escola
professor
autores
Ensino Médio: (+) , (+) , (+)
disciplina

 

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