O presente artigo aborda possíveis reflexões sobre a postura dos pais frente aos desejos de seus filhos, como também procura refletir sobre a questão do “tempo” destes pais para com a criança, apresentando o fator “limites” e “a qualidade de tempo”, como sendo características fundamentais para constituir bases sólidas na família e construir valores para a convivência na sociedade.O projeto foi desenvolvido junto às educadoras da Escola de Educação Infantil Pintando e Rabiscando, envolvendo as famílias de alunos matriculados, tendo como fonte de análise uma pesquisa de opinião sobre o referido assunto. Tem como referencial teórico básico as contribuições de Içami Tiba, Tânia Zagury e outras fontes, os quais enriqueceram as análises e interpretações que procuramos fazer. Com base na organização dos dados levantados é possível afirmar que a grande maioria das famílias entrevistadas acredita estar realizando a educação dos filhos com uma postura adequada, isto é, atribuindo limites, como forma positiva de ensinar e tornar a criança um cidadão ético e respeitoso. Averiguou-se também, que os pais disponibilizam tempo aos filhos, ouvindo-os e participando de seu desenvolvimento. Naquelas famílias cujo fator “limites” e “tempo” são mínimos, percebeu-se a preocupação destes, propondo-se, então, a reflexões sobre este agir. É fundamental acreditar que construir limites na educação dos filhos é iniciar o processo de compreensão e apreensão do outro. As conclusões que chegamos com este projeto sinalizam para a importância da necessidade de permanente alerta quanto às conseqüências que possam surgir, caso as famílias assumam atitudes permissivas em excesso para com seus filhos. Percebemos nas respostas dos entrevistados que muitas vezes “a educação do sim” se faz como forma de justificar as ausências dos pais na educação dos filhos, tendo em vista que se encontram cada vez mais ocupados com suas atividades profissionais e domésticas, delegando para uma terceira pessoa (babá ou professora) a tarefa que lhes compete. Em muitos casos as atitudes permissivas são decorrência do sentimento de culpa, do receio de ferir os sentimentos da criança e, com isso, perder o seu amor. A educação do sim acaba acontecendo como uma atitude compensatória que em muito prejudica a formação social e moral da criança.