AS ARQUITETURAS DAS CONCEPÇÕES DO CORPO
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RESUMO
Este artigo contempla parte das reflexões realizadas durante o projeto desenvolvido com acadêmicos do último ano de Licenciatura em Educação Física de uma instituição particular de ensino superior e com professores de Educação Física das séries iniciais do Ensino Fundamental, da Rede Municipal de Ensino de Caxias do Sul–RS. Tem como objetivo investigar concepções de corpo que permeiam as práticas docentes em Educação Física, procurando levantar particularidades e especificidades teóricas sobre a história filosófica e antropológica do corpo. Utilizou-se como referenciais teóricos os estudos de João Batista Freire, Jocimar Daólio, Valter Bracht, Maria Augusta Salin Gonçalves e Silvino Santin. Para isso, buscou-se analisar as concepções de corpo de professores e acadêmicos de Educação Física em sua trajetória profissional na educação. Almejou-se verificar possíveis relações entre as teorias sobre corporeidade, as concepções de corpo dos sujeitos da investigação e sua prática pedagógica. Toma como fonte de análise os dados coletados nas entrevistas individuais através de um questionário aplicado com perguntas fechadas e abertas, registradas por escrito pela entrevistadora. A análise dos resultados da investigação indica que acadêmicos e professores não estabelecem relação entre a teoria e a prática pedagógica, pois vêem seus corpos como uma condição humana de situar-se e relacionar-se no mundo, mas não desenvolvem essa concepção em seu fazer. Ao serem questionados sobre a Educação Física escolar, mantém, em suas respostas, o mesmo viés sobre sua concepção de corpo – pensam-na como um ato educativo relacionado diretamente ao corpo em movimento do ser humano. Porém, ao relatar o desenvolvimento das suas práticas pedagógicas em relação ao corpo da criança, demonstram uma corporeidade voltada para o corpo físico, valorizando o esporte e a recreação. Que formação sobre corporeidade esses sujeitos receberam? Os dados levantados nesta investigação parecem indicar que a corporeidade, nos cursos de formação, tem contemplado concepções dualistas e mecanicistas do corpo, em detrimento de visões sistêmicas.
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