O nosso principal objetivo com essa pesquisa era nos aprofundar num tema próximo de nós, mas muito pouco comentado por todos – que preferem fingir que nada vêem: a prostituição infantil. Nossa hipótese era a de que as pessoas acham que isso ocorre em Biritiba Mirim, mas não sabem de casos reais, o que as leva a não denunciar que a prostituição infantil ocorre na cidade. Ao procurarmos o Conselho Tutelar para sabermos os dados oficiais sobre o assunto, descobrimos que só ocorrem entre 4 e 6 denúncias ao ano. Percebemos também que as pessoas não tem muito bem definido o que é prostituição infantil, mesmo as que trabalham no Conselho. Ao sair para pesquisar, optamos por realizá-la nas ruas centrais da cidade porque encontraríamos pessoas de todos os bairros da cidade. A nossa surpresa se deu quando os entrevistados começaram a relatar que sabiam e tinham conhecimento de casos, mas não denunciavam porque não achavam necessário. 74% dos entrevistados diz saber de casos de prostituição infantil, mas acham que as meninas fazem isso porque querem (31%). E fazem isso, segundo 32% dos respondentes, por causa de envolvimento com drogas. O que levantou uma nova hipótese: se Biritiba Mirim tem o índice mais baixo de uso de drogas ilícitas da Grande São Paulo, como as meninas podem se prostituir por isso? Pretendemos realizar uma nova pesquisa para respondermos a essa nova hipótese. A nossa hipótese inicial foi, então, confirmada, mas o nosso maior ganho foram as outras informações que a pesquisa levantou e será pensada pelo grupo em conjunto com os conselheiros do Conselho Tutelar.